Cabeça caixa.

clasuda  Nos sentimos pequenos, sozinhos, vazios e perdidos. Choramos de saudade de coisas que nunca tivemos, sentimos falta de abraços que foram dados de longe, através do pensamento. E nos deixamos levar por um amor que não é movido por dois corpos e duas almas e sim, por um corpo, uma alma e uma caixa cheia de (nada) vento.
E depois de tanto tempo alimentando esse amor de vento, o dono da caixa resolve tirá-la do seu lado, porque é hora de enche-la com sentimentos por um outro alguém. E agora? Você amou tanto aquele mundo de nada… você se dedicou tanto a criar um laço com aquele vazio com certidão de nascimento. Você ama aquela caixa de nada, quer que ela seja sua pra sempre. Mas ela não pode ser sua, porque ela nunca se alimentou verdadeiramente do amor que você sente por ela; então ela parte sem nem considerar esse sentir.
E a gente fica se perguntando o tempo todo, o que é que tem de errado conosco, com o nosso jeito de agir, com a nossa fala, nossos costumes, nossa aparência, nossos sentimentos e o porquê de ninguém ser capaz de nos amar assim… enquanto o cabeça de caixa se lamenta por aquela que só depositou más coisas dentro dele. E pensa o quanto foi idiota em abrir mão de um alguém que o conhecia melhor que qualquer um.

Agora, quem chora não é só você, por estar com saudades. O cabeça-de-vento resolveu chorar também, porque se deu conta que o amor nada mais é que uma busca diária pela felicidade, que os obstáculos são necessários e que se tudo fosse tão fácil, o amor desgastaria em pouquíssimo tempo. Chora, cabeça oca. Chora que é o máximo que você pode fazer. Chora, enquanto sua menina se esconde atrás de uma vida que ela está se obrigando a viver.

Abrindo o coração... O que foi que 'cê achou?