Abre os teus armários.

Eu já não tenho nada para perder. Então eu resolvi dizer que metade de mim transborda de saudade de você, a outra metade implora pra eu esquecer tudo que passou e me livrar de toda a história que eu e você escrevemos juntos. Você colou em mim, invadiu o meu sangue, carimbou seu cheiro na minha pele. O que eu sinto por você vai além da epiderme, vai além do físico, do carnal. É como se eu fosse viciada em embriagar-me do seu olhar, como se eu fosse absolutamente dependente do seu sorriso. 
Meu psicológico é fraco, eu sou sentimentalmente instável, perco o sono e toda a vontade de me concentrar em outras coisas. Só sei te inalar como fumaça, para te manter dentro dos meus pulmões, pra te manter aquecido; te cheirar como perfume pra te manter agarrado na minha mente.
O mundo gira, gira, revira e volta e eu continuo aqui, presa em uma história sem final, querendo colocar um ponto final em um universo de reticências. Tentando achar outros motivos para escrever, se não você. Respirando fundo para manter a sanidade e não fazer besteiras, não me deixando levar pela minha mente perturbada, não te procurando em canto nenhum. E como é difícil! Mas eu tento. Mas é engraçado em como coisas pequenas me lembram o seu jeito.
Acredita que até chuva me lembra você?! Sim. Me lembro da primeira vez que nos beijamos, eu disse que vivia com vontade de beijar na chuva e depois sair rodopiando igual a uma idiota, pra lavar a alma de todo o mal 
                                            [amém].
Aquele dia choveu. Cê teve a brilhante ideia de dançar na chuva enquanto me beijava, ria e me rodava, tudo ao mesmo tempo. (Quase fiquei sem vestido por causa da confusão, que vida!). Foi engraçado. Foi lindo também… ao menos pra mim.
Não é que te quero de volta, mas gosto de me lembrar com carinho de todas as coisinhas minúsculas que fizeram toda a diferença no que foi nosso. E não, eu não te quero de volta de jeito nenhum!
Por não conseguir me desintoxicar de você, eu tento pensar em tudo isso como uma grande inspiração para todos os livros que eu irei escrever (e já tô escrevendo o primeiro, acredita? Tô amando me abrir inteira em palavras, é libertador).
Então eu só te agradeço por cada lágrima que derramei por nós dois, por todas as gargalhadas que saíram involuntariamente da minha boca, por todas as dores que me rodeiam e, o mais importante, todo o amor que eu senti e sinto por você. Sou apaixonada em amar alguém, por mais triste que seja, amar é muito bom. Ter o coração palpitando por alguém é… a sensação mais maravilhosa que um ser humano pode sentir.

Ufa! Que alívio desabafar assim.

Um comentário sobre “Abre os teus armários.

Abrindo o coração... O que foi que 'cê achou?